Na memória do futebol carioca, a disputa entre Botafogo e Madureira emerge como um marco, destacando-se na trajetória de competições onde os chamados clubes menores desafiam os gigantes do esporte. Uma dessas ocasiões notáveis foi o retorno do Nova Iguaçu à elite, em que se preparava para enfrentar o Flamengo no icônico Maracanã, reacendendo a chama de esperança para equipes de menor expressão em fazer história no Campeonato Carioca.
Em 2006, sob a liderança de Carlos Roberto, o Nova Iguaçu avançava para a final com o desejo de quebrar uma ausência de títulos estaduais por parte dos clubes pequenos que se estendia desde 1966, quando o Bangu triunfou sobre o Flamengo. A presença do Nova Iguaçu na final, uma façanha que não ocorria há 18 anos desde o feito do Madureira, simbolizava não apenas uma conquista esportiva mas também a quebra de uma hegemonia de décadas dos quatro grandes clubes do Rio: Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense.
A Taça Guanabara de 2006 se destacou por seus resultados inesperados, com o Flamengo, Fluminense e Vasco ausentes das semifinais, o que sublinhou o desempenho excepcional de equipes como América, Americano, Cabofriense e o próprio Madureira. Este cenário reforçou a competição como um terreno fértil para surpresas e reviravoltas emocionantes.
Carlos Roberto relembrou o esforço e a determinação necessários para superar o América na final da Taça Guanabara, um triunfo que pavimentou o caminho do Botafogo para a decisão estadual. A vitória não foi apenas um momento de celebração mas também uma afirmação da capacidade de equipes tradicionalmente vistas como ‘menores’ de competir de igual para igual com os gigantes.
O Campeonato Carioca de 2006 foi marcado pela ausência dos três grandes, Flamengo, Fluminense e Vasco, das fases mata-mata, o que não diminuiu o brilho da competição, mas, pelo contrário, enfatizou a qualidade e a paixão que clubes menores trazem para o campo. A final entre Botafogo e Madureira se tornou um símbolo dessa dinâmica, desafiando as expectativas e provando que no futebol, a glória não é reservada apenas aos grandes nomes.
Carlos Roberto, com sua profunda conexão com o Botafogo, não apenas como técnico mas também como ex-jogador, valoriza cada conquista, grande ou pequena, reconhecendo a importância da vitória contra o Madureira. Para ele, cada troféu carrega uma história de superação, dedicação e orgulho, independentemente do adversário.
“Muita gente não valoriza”, expressa Carlos Roberto, rememorando a jornada até o troféu. A vitória sobre o Madureira, embora vista por alguns como previsível, foi para ele um momento de afirmação e celebração, uma prova de que o sucesso é fruto do esforço conjunto e da perseverança, elementos essenciais no espírito do futebol.